terça-feira, julho 26, 2005
Tenho de confessar que sou muito observador, de tudo o que é observável por quem gosta de observar, e acredito que tudo é observável, seja para compreender uma forma, uma acção ou simplesmente para apreciar a beleza. A indiferença leva sempre a uma resistência na evolução pessoal e do grupo, sendo claramente o caminho mais fácil no instante mas deixando um pântano para quem vier a seguir, e a seguir podemos vir nós.
Como conseguem alguns parar o cérebro tanto tempo sem sentir nada, ter toda uma máquina complexa, maravilhosa, calibrada para uma vida farta de sensações boas e más mas no entanto vivas, ainda por cima uma máquina com prazo de validade anunciado algures no futuro de forma incerta.
Parar por um segundo que seja é sentir o inanimado, a apatia injustificada, a morte. O cérebro descansa a dormir, aí sim repousa, repousa deliciando-se com os sonhos influenciados pelas descobertas do dia.
Apesar da nossa validade anunciada logo à nascença, o normal é a falta de atenção aos pormenores que nos rodeiam sempre, principalmente dos nossos e dos mais próximos. Admiramos o genérico vazio, distante e pouco influente das nossas vidas e não cintilamos com os grãos de terra que temos nas mãos e com os quais nos podemos perfumar de sensações únicas.
Quando será que as pessoas descobrem que a beleza está, existe, é!
Tudo é importante, nem que seja na razão inversa da não importância.
O que é acontece, logo temos de estar, ver, sentir, ouvir, tocar, cheirar. Não podemos perder a curiosidade da nossa meninice, a insaciável curiosidade de uma criança que acredita no futuro.
São felizes os que não deixam escapar o detalhe, todos os detalhes têm a dimensão colossal da importância dada pelo observador atento, são potenciais fontes de inesgotável prazer.
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